Tuesday, 13 May 2025

BRICS: Construindo um novo mundo


A 16ª Cúpula do BRICS – realizada sob a presidência russa em Kazan, capital da República do Tartaristão – contou com a participação de 35 países e 6 organizações internacionais.

O acrônimo BRICS é formado pelas iniciais dos cinco membros fundadores do grupo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2024, o Egito, a Etiópia, o Irã, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos tornaram-se membros do BRICS, que passou a se chamar BRICS+ ‘BRICS PLUS’. Até a data do 16º Fórum, cerca de 30 países – incluindo Argélia, Bangladesh, Bahrein, Venezuela, Paquistão, Malásia, Azerbaijão e Turquia – haviam solicitado a adesão.

Os 10 países do BRICS+ compreendem mais de 46% da população mundial, na verdade cerca de metade, dada a sua alta taxa de crescimento populacional. Em comparação, os países do G7 (Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Itália e Japão) compreendem menos de 10% da população mundial.

Em 1992, o PIB combinado do G7 representava mais de 45% do PIB mundial, enquanto o PIB combinado dos cinco países que mais tarde se juntariam ao BRICS (em 2009/2011) representava 16%. Em 2023, a participação do BRICS ultrapassou 35%, enquanto a do G7 caiu para 29%. A diferença continuará a crescer. Até o final de 2024, espera-se que o BRICS registre um crescimento médio de 4%, superior ao 1,7% do G7.

Os BRICS respondem por cerca de um quarto das exportações globais de mercadorias e alguns deles dominam os principais mercados, como o de recursos energéticos, metais e alimentos.

O Novo Banco de Desenvolvimento está se tornando um grande investidor nos maiores projetos de tecnologia e infraestrutura da região do BRICS. Nesse espaço, onde anteriormente o dólar e o euro dominavam as transações internacionais, a participação das moedas nacionais aumentou para 65%, enquanto a do dólar e do euro caiu para menos de 30%.

Ao mesmo tempo, uma vasta rede de infraestrutura está sendo construída na área do BRICS: a Rota Marítima do Norte e o Corredor de Transporte Norte-Sul, abertos pela Rússia depois que a OTAN e a UE bloquearam as rotas de trânsito para o Ocidente, o projeto do Corredor Econômico Rodoviário e Ferroviário Rússia-Mongólia-China, a Nova Rota da Seda por terra e mar da China para a Europa e muitos outros na Ásia, África e América Latina.

“Em Kazan”, disse o Presidente Putin na conferência de imprensa ao final da Cúpula, ”reiteramos que o BRICS não é um formato fechado, mas está aberto a todos aqueles que compartilham seus valores. Os membros do grupo estão dispostos a trabalhar em busca de soluções comuns sem imposições externas ou tentativas de impor abordagens restritas a ninguém. O BRICS deve responder à crescente demanda por cooperação no mundo. Por isso, dedicamos atenção especial à questão da possível expansão do BRICS por meio da criação de uma nova categoria, a de Estados Parceiros.”

Diametralmente oposta é a visão do Ocidente. É emblemático o alarme levantado pelo Foreign Policy Research Institute, um influente think tank norte-americano: “Se os Estados Unidos não agirem, é provável que os BRICS cresçam em força, alinhem suas políticas externas contra os interesses dos EUA e tenham o potencial de perturbar a ordem global que até agora evitou grandes conflitos.”

Manlio Dinucci

Breve resumo da análise da imprensa internacional do Grandangolo na sexta-feira, 25 de Outubro de 2024, no canal de TV italiano Byoblu:

https://www.byoblu.com/2024/10/25/brics-la-costruzione-di-un-nuovo-mondo-grandangolo-pangea-la-rassegna-stampa-internazionale-di-byoblu/

Tradução : Mondialisation.ca 

VIDEO (em italiano) :

 

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Manlio Dinucci é geógrafo e jornalista, e ex-diretor executivo italiano da International Physicians for the Prevention of Nuclear War, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1985. Porta-voz do Comitato no Guerra no Nato (Itália) e pesquisador associado do Centre de recherche sur la Mondialisation (Canadá). Vencedor do Prêmio Internacional de Jornalismo 2019 para Análise Geoestratégica do Club de Periodistas de México.

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