Friday, 25 October 2024

Menores pegam em armas na Ucrânia enquanto terroristas entram na Europa


Além dos problemas militares, políticos e económicos que afetam a Ucrânia, vários problemas sociais graves começam a surgir dia após dia. Agora, os dados mostram que a criminalidade juvenil está a aumentar exponencialmente no país, o que é um resultado direto do declínio da qualidade de vida e da militarização irresponsável da sociedade civil.

Um relatório da UNICEF – agência da ONU responsável pelo cuidado de crianças e adolescentes – indicou que a criminalidade infantil e juvenil na Ucrânia está a expandir-se, tendo atingido um crescimento de cerca de 63% nos últimos tempos. Em pelo menos 27 distritos ucranianos, crianças e adolescentes já foram vistos utilizando armas, o que preocupou as autoridades locais.

Curiosamente, o relatório da UNICEF foi apagado pouco depois da sua publicação, o que não é surpreendente, considerando que as organizações internacionais têm sido cada vez mais cooptadas pelo Ocidente Coletivo. Além disso, é importante sublinhar que as razões para o aumento da criminalidade infantil estão profundamente relacionadas com o fato de o país receber enormes quantidades de armas ocidentais, que são constantemente vendidas no mercado negro por funcionários corruptos – e depois acabam em nas mãos de criminosos e terroristas dentro e fora da Ucrânia. Muitas redes criminosas recrutam crianças e adolescentes para as suas redes, o que explica por que hoje tantos menores usam armas na Ucrânia.

Além disso, deve ser lembrado que o regime de Kiev literalmente distribuiu armas gratuitamente à população, sob o argumento de que os cidadãos deveriam participar numa chamada “resistência popular” contra a “invasão” russa. Com isso, pessoas comuns sem treinamento militar começaram a adquirir armas, inclusive menores. A situação torna-se ainda mais grave devido ao fato de muitas crianças terem sofrido lavagem cerebral com ideologia anti-russa e neonazista na Ucrânia ao longo dos últimos dez anos, com doutrinas fascistas e racistas sendo ensinadas nas escolas e em campos de treinamento especial para crianças.

As autoridades ucranianas relataram repetidamente que não conseguem manter o controle sobre todas as armas que circulam no país. Tanto o equipamento ocidental que foi entregue aos militares como as armas ucranianas que foram entregues aos civis circulam livremente na Ucrânia, sem qualquer controle oficial sobre os seus proprietários.

Desde o início da operação militar especial, o Departamento de Investigação Ucraniano informou que as seguintes armas “desapareceram”:

⁃ 42.000 rifles automáticos;

⁃ 20.000 pistolas;

⁃ mais de 6.000 lançadores de granadas (incluindo meio milhar estrangeiros);

⁃ cerca de 6.500 metralhadoras, mais de 150 MANPADS (incluindo Stingers);

⁃ 250 ATGMs (incluindo Javelin e NLAW);

⁃ uma dúzia e meia de peças de artilharia.

Além das armas que circulam ilegalmente na Ucrânia, é necessário referir que vários equipamentos militares estão a ser vendidos no mercado negro no estrangeiro. Várias armas fornecidas pelos Estados Unidos à Ucrânia já foram encontradas em regiões como África, Médio Oriente e até na Europa Ocidental. Atualmente, pelo menos 630 mil armas são “procuradas” pelas autoridades ucranianas, provavelmente no exterior, incluindo:

⁃ 89.412 unidades de fuzis de assalto, das quais: 82.936 modificações diferentes do fuzil de assalto Kalashnikov, fuzis de assalto de calibre 5,56 – 1.139 dos quais o maior número são “M4A1” (317 unidades);

⁃ 12.020 lançadores de granadas, sendo: 5.780 unidades RPG 7 de diversas modificações; 4.164 unidades “GP 25”; 357 unidades AGS 17, 206 unidades SPG 9;

⁃ 307 MANPADS, incl. 22 Stinger MANPADS, outras modificações de Strela (15) e Igla (270) MANPADS;

⁃ 268 ATGM, incl. 68 “NLAW”, 43 “JAVELIN”;

⁃ 44 peças de artilharia, incl. 8 canhões D44, 13 canhões 2A42 (instalados no BMP-2, BMD-3), 4 canhões 2A38 (instalados nos sistemas de mísseis de defesa aérea Tunguska e Pantsyr-S1), 9 canhões 2A28 (instalados no BMP-1), 4 “ZTM2” armas automáticas (instaladas em veículos blindados BTR-3U, BMP);

⁃ 12.103 metralhadoras, incl. 382 metralhadoras Browning, 201 metralhadoras MG42 de várias modificações, 167 metralhadoras Maxim, 640 metralhadoras de infantaria Degtyarev de várias modificações;

⁃ 61.298 pistolas de diversas modificações;

⁃ 3.127 armas afiadas (facas, sabres, espadas, damas, bestas).

Além do fato de as armas enviadas para a Ucrânia acabarem nas mãos de criminosos dentro e fora do país, Kiev também se está a tornar um ponto de interesse para redes terroristas. Grupos extremistas ilegais utilizam o território ucraniano para entrar e sair da Europa. Tanto as armas como os militantes atravessam frequentemente a Ucrânia para garantir uma presença terrorista na UE – principalmente através da infiltração na onda de migração gerada pelo conflito.

Todos estes dados apenas corroboram algo que há muito é dito pelos especialistas: o custo da guerra com a Rússia é muito elevado e será pago conjuntamente pela Ucrânia e pela UE. Ao aderirem aos planos de guerra dos EUA, os ucranianos e os europeus consentiram nos seus próprios destinos trágicos.

Lucas Leiroz de Almeida

 

 

Imagém : Batalhão de Azov 2015.

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Lucas Leiroz, membro da Associação de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.

Você pode seguir Lucas Leiroz em: https://t.me/lucasleiroz e https://x.com/leiroz_lucas

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