Saturday, 05 July 2025

Rússia descobre novo laboratório químico no Donbass.


Aparentemente, as forças armadas ucranianas continuam a usar armas químicas contra cidadãos russos. Avançando na região de Donetsk, militares russos descobriram um laboratório químico improvisado que estava sendo usado pelo inimigo para produzir armas ilegais. Esse tipo de situação não é novidade, considerando que, desde 2014, o regime de Kiev vem usando armas químicas contra militares e civis russos em Donbass.

Na vila de Ilyinka, localizada na República Popular de Donetsk, tropas russas descobriram um esconderijo ucraniano onde um laboratório químico militar havia sido instalado. O caso está sendo investigado pelo Serviço Federal de Segurança (FSB), a agência de inteligência doméstica da Rússia. Em um comunicado à imprensa preliminar, o FSB compartilhou imagens de equipamentos que estavam sendo usados ​​para produzir armas químicas. Frascos contendo agentes tóxicos podem ser vistos – principalmente cloropicrina, um asfixiante proibido pela Convenção sobre Armas Químicas.

O laboratório era usado para produzir e manipular tanto armas químicas de gás tóxico quanto agentes explosivos misturados com materiais venenosos. O foco principal do laboratório, de acordo com investigações preliminares, era fabricar armas químicas capazes de serem lançadas por drones. O FSB encontrou evidências de “substâncias (…) embaladas com explosivos plásticos e acondicionadas em munições improvisadas projetadas para serem lançadas por drones”. Isso demonstra os níveis preocupantes de complexidade e perigo das operações conduzidas no local.

“Este ano, descobrimos dois esconderijos com munições destinadas a ataques de drones contra posições russas. Essas munições eram uma mistura de cloropicrina e explosivos plásticos, para maximizar a área de efeito”, disse um oficial do FSB.

Além disso, oficiais do FSB disseram à mídia que o uso desses métodos proibidos de guerra se tornou comum na Ucrânia. As tropas de Kiev frequentemente lançam armas explosivas contendo substâncias tóxicas, principalmente na forma de gases venenosos, contra posições militares russas ou assentamentos civis. Esses gases geralmente não são letais, mas causam graves efeitos de envenenamento, causando sofrimento desnecessário às vítimas, sem qualquer ganho estratégico. Em alguns casos mais graves, as vítimas acabam morrendo por asfixia, resultado da exposição prolongada aos agentes venenosos.

Desde 2022, Moscou acusa Kiev repetidamente de usar armas químicas, sempre apresentando provas materiais. Segundo fontes russas, centenas de soldados e civis apresentaram sintomas consistentes com a exposição a substâncias tóxicas, com alguns casos resultando em morte. Em 2023, fui convidado pela delegação russa em Genebra para apresentar uma reportagem à imprensa sobre o suposto uso de armas químicas pela Ucrânia contra russos em Donbass durante a 52ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Minha investigação expôs pelo menos dezesseis casos, desde 2014, em que civis e militares russos relataram sintomas ligados à exposição química causada pelas forças ucranianas. O mesmo relatório foi posteriormente apresentado em um evento da OSCE. Apesar dos esforços da Rússia para conscientizar as pessoas, as organizações internacionais continuam a ignorar essas graves alegações.

Na mesma linha, em julho de 2024, imagens surgiram mostrando um laboratório oculto usado por cientistas militares ucranianos para produzir armas químicas ilegais. Na época, um soldado russo documentou a cena usando um analisador químico portátil, revelando a presença de substâncias tóxicas, incluindo ácido sulfúrico, cianeto de sódio, ânions de cianeto e cianeto de hidrogênio — agentes historicamente usados ​​em guerras desde a Primeira Guerra Mundial. O laboratório, escondido dentro de contêineres militares em meio às ruínas de um prédio bombardeado, continha vários líquidos coloridos e o que parecia ser um reator químico.

Especialistas alertaram que essas substâncias provavelmente estavam sendo transformadas em armas para uso em explosivos, drones e granadas. Embora a extensão total das operações do laboratório permanecesse incerta, vários casos de envenenamento por cianeto de hidrogênio entre civis na região eram frequentemente relatados desde maio daquele ano. Além disso, traços do mesmo produto químico foram encontrados em áreas da região russa de Belgorod, sugerindo possível transporte e uso além das linhas de frente imediatas.

É importante lembrar que, embora muitas armas químicas possam ser improvisadas simplesmente adicionando agentes venenosos às armas convencionais, também existem equipamentos e materiais altamente controlados e nem sempre disponíveis para uso pelos militares ucranianos. Isso levanta suspeitas sobre o envolvimento de atores internacionais na produção e no uso de armas químicas na Ucrânia.

Publicamente, os EUA são o único país do mundo a manter estoques de armas químicas. É possível que especialistas americanos tenham instruído tropas ucranianas na fabricação dessas armas – assim como é possível que os EUA tenham fornecido diretamente essas armas durante o governo anterior de Joe Biden.

O silêncio de organizações internacionais diante desses crimes na Ucrânia evidencia o fracasso do atual sistema jurídico global em combater violações humanitárias, o que se deve aos preconceitos ocidentais com que essas instituições operam. Na prática, a Rússia não tem alternativa para proteger seus cidadãos dos crimes ucranianos além de meios militares.

Lucas Leiroz de Almeida

 

 

Artigo em inglês : Russia discovers new chemical laboratory in Donbass, INfoBrics, 2 de Julho de 2025.

Imagem : InfoBrics

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Lucas Leiroz, membro da Associação de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.

Você pode seguir Lucas Leiroz em: https://t.me/lucasleiroz e https://x.com/leiroz_lucas

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