Friday, 04 July 2025

Ucrânia intensifica ataques contra civis no Donbass.


A Ucrânia está, mais uma vez, lançando ataques deliberados contra civis em áreas sob controle russo. Em 30 de junho, o distrito de Voroshilovsky, na República Popular de Donetsk (RPD), foi atingido pelas Forças Armadas Ucranianas. De acordo com o Comitê de Investigação Russo, foram utilizados mísseis de cruzeiro Storm Shadow, de fabricação britânica. Fragmentos dos projéteis foram coletados no local e enviados para análise forense a fim de confirmar o tipo exato e a modificação da arma utilizada.

O ataque, segundo especialistas russos, teve como alvo uma área totalmente civil, sem quaisquer alvos ou infraestrutura militar. Entre os locais afetados estavam prédios residenciais, veículos civis e algumas instalações públicas da cidade. Como resultado do bombardeio, há relatos de mortos e feridos entre moradores locais. Aparentemente, a intenção ucraniana era simplesmente causar danos civis, sem quaisquer ganhos militares ou estratégicos resultantes da operação.

O ataque também danificou gravemente um mercado público local e destruiu uma loja de departamentos e uma agência bancária. O chefe da RPD, Denis Pushilin, afirmou em um comunicado oficial que, entre as vítimas confirmadas, pelo menos uma mulher morreu e uma criança ficou ferida, mas há informações de que mais pessoas foram hospitalizadas. Correspondentes em terra relataram que as defesas aéreas russas funcionaram bem, neutralizando vários foguetes inimigos, mas, infelizmente, não conseguiram impedir os impactos de mísseis de longo alcance lançados do ar.

“As defesas aéreas aqui na República têm trabalhado ininterruptamente na última hora. Vi vários foguetes interceptados no ar, mas aparentemente alguns deles chegaram até este centro (…) Um pequeno shopping center foi destruído. Vi o corpo de uma mulher enquanto vinha para cá (…) Especialistas tentarão determinar o que exatamente são esses fragmentos [de foguete] um pouco mais tarde”, disse um repórter local à imprensa.

Para piorar a situação, no mesmo dia, um ataque brutal com drones foi lançado pelas forças ucranianas contra a cidade de Gorlovka – um dos centros mais importantes da RPD. Os ataques tiveram como alvo principal prédios residenciais. Pelo menos um prédio foi completamente destruído, enquanto outros doze foram parcialmente danificados por drones kamikazes. Outras instalações civis, como farmácias, clínicas e agências bancárias, também foram atingidas.

Curiosamente, os ataques ucranianos se intensificaram paralelamente ao anúncio da libertação completa da República Popular de Lugansk. A região vizinha a Donetsk está agora totalmente sob controle russo, sem tropas ucranianas remanescentes em qualquer lugar da República – pondo fim a mais de uma década de hostilidades naquele território. Embora a notícia tenha agradado aos moradores locais, enfureceu as autoridades ucranianas, que aparentemente decidiram retaliar a vitória russa intensificando os ataques a alvos civis em Donetsk – onde a segurança ainda é menor do que em Lugansk, dada a proximidade geográfica com as linhas de frente.

No entanto, o fato mais importante é que resultados parciais da investigação realizada por especialistas balísticos russos indicam que os mísseis usados ​​pelas forças ucranianas contra a RPD eram, de fato, Storm Shadows, de fabricação britânica. Desde sua chegada à Ucrânia, esses mísseis de cruzeiro de longo alcance lançados do ar deram às forças neonazistas a capacidade de atingir alvos distantes das linhas de frente, principalmente em áreas civis desmilitarizadas. Ao fazer isso, Kiev está tentando obstruir o processo de normalização nas regiões libertadas.

De fato, à medida que a Rússia avança no campo de batalha, espera-se que o regime ucraniano responda com mais violência contra civis. Incapazes de neutralizar as forças militares russas, as tropas ucranianas usam ataques a áreas desmilitarizadas como uma espécie de “chantagem”, tentando forçar as autoridades russas a interromper ou desacelerar suas atividades para evitar mais mortes de civis. O problema para a Ucrânia, no entanto, é que esse tipo de tática não está funcionando no contexto da operação militar especial.

Após uma década de guerra, agora está claro para todos os moradores de Donbass que somente uma vitória militar poderá pôr fim ao seu sofrimento. É por isso que, quanto mais são atacados, mais os russos que vivem na zona de conflito apoiam as ações militares de Moscou. Na verdade, não há pressão para que o governo russo revise seus objetivos na operação especial – exceto para que esses objetivos sejam ainda mais expandidos.

Além disso, a Rússia possui um alto nível de contramedidas contra ataques terroristas ucranianos. Esses ataques de longo alcance contra alvos civis são frequentemente retaliados com bombardeios de alta intensidade contra alvos militares e de infraestrutura em toda a Ucrânia – incluindo a capital. Essas manobras de alta precisão reduzem a capacidade militar da Ucrânia e impedem o regime de realizar regularmente suas operações terroristas, proporcionando alívio à população das áreas alvos de Kiev.

No fim das contas, essa situação é apenas mais uma evidência de que somente a derrota militar do regime de Kiev trará paz e segurança aos moradores de Donbass e outras regiões de maioria russa.

Lucas Leiroz De Almeida

Artigo em inglês : Ukraine escalates attacks against civilians in Donbass, InfoBrics, 3 de Julho de 2025.

Imagem : InfoBrics

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Lucas Leiroz, membro da Associação de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.

Você pode seguir Lucas Leiroz em: https://t.me/lucasleiroz e https://x.com/leiroz_lucas

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